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17/02/2021
17/02/2021

VERRUGAS GENITAIS

VERRUGAS GENITAIS

            Representa um conjunto de lesões de diferentes formas, tamanhos e origens. Uma das origens mais comuns e em crescimento, provém da infecção pelo HPV (sigla em inglês para o Papilomavirus Humano), que é um vírus que infecta a pele ou mucosas (oral, genital ou anal) com potencial de causar verrugas anogenitais e câncer, dependendo do tipo de vírus. A transmissão do HPV se dá por contato direto com pele ou mucosa infectada. A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Portanto, o contágio com HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Também pode haver transmissão durante o parto. Como muitas pessoas infectadas pelo HPV não apresentam sinal ou sintoma, eles não sabem que tem o vírus, mas podem transmiti-lo.

            É uma doença sexualmente transmissível, altamente prevalente, encontrada principalmente em adultos jovens. Existem mais de 100 tipos de vírus que infectam o epitélio e as mucosas. Os mais prevalentes são tipicamente causados pelos vírus numerados em 6 e 11 considerados de baixo risco como agentes que podem levar ao câncer local. As infecções persistentes são especialmente causadas pelos tipos 16, 18, 31, 33 e 45 são considerados de alto risco para causarem o câncer cervical, além de desencadear as neoplasias vaginal, vulvar, peniana, anal e orofaríngea. O risco destas complicações aumenta em pacientes com alguma imunodeficiência.

            A alta taxa de prevalência de infecção pelo HPV genital em adultos jovens sexualmente ativos é preocupante, uma vez que não há, até o momento, nenhum tratamento antiviral eficaz.

            Os fatores de risco comportamentais incluem o início da vida sexual precocemente ou número grande de parceiros sexuais. Nas mulheres sexualmente ativas a incidência de infecção cervical por HPV varia de 26 a 43%.

            A maior parte das infecções genitais se resolve espontaneamente, com o DNA do vírus se tornando indetectável. A duração média das infecções de alto risco em mulheres é de cerca de 8 meses. A persistência é observada em 30%. Pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal de infecção. A diminuição da resistência do organismo pode desencadear a multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de lesões. Após o primeiro ano, esta infecção persiste com os tipos de HPV de alto risco e representa o fator de risco mais importante para o desenvolvimento de patologia cervical, inclusive o carcinoma. O tipo 16 do HPV é encontrado em 50% dos cânceres cervicais. Tabagismo, inflamações cervicais, paridade e uso prolongado de anticoncepcionais orais foram propostos como fatores adicionais para a promoção de carcinogênese. Aproximadamente 14000 mulheres por ano recebem o diagnóstico de câncer cervical, das quais 4500 morrerão da doença. O HPV está envolvido em quase 100% dos casos de câncer de colo de útero; 85% dos casos de câncer de ânus; 35% de orofaringe; e 23% de boca.

            Infecções persistentes dos vírus são comuns, indicando que desenvolveram mecanismos a fim de sobreviver ao controle da imunidade. As manifestações clínicas dependem do tipo de HPV envolvido, da localização anatômica e do estado imunológico do hospedeiro. Os condilomas ou verrugas anogenitais, são encontradas na genitália externa e períneo, região perianal ou áreas adjacentes como virilha e púbis. Apresentam um ou alguns milímetros de diâmetro e podem ser discretas, fissuradas ou superfície lisa, cor da pele, castanha ou esbranquiçada. Podem chegar a vários centímetros de diâmetro ou formarem placas. Algumas lesões pelo formato ou cor podem ser difíceis de diagnosticar ou diferenciar. Em geral as lesões genitais são múltiplas, podendo existir lesões subclínicas ou difíceis de se identificar. Menos frequentemente podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa oral, nasal e laríngea. Mais raramente, crianças que foram infectadas no momento do parto podem desenvolver lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe.

            Atualmente, não há nenhuma terapia antiviral específica para a cura da infecção pelo HPV. Qualquer que seja a modalidade terapêutica, as taxas de recorrência são altas e até o momento não se comprovou que o tratamento reduza as taxas de transmissão para novos parceiros sexuais. A limitação de parceiros continua sendo o principal fator de redução da transmissão. O uso de preservativos age especialmente nos parceiros infectados pelo mesmo tipo de HPV. Embora previna a maioria das DSTs, não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois frequentemente as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha (vulva, região perineal, pubiana e bolsa escrotal.  As modalidades existentes se focam sobretudo na destruição ou remoção das lesões visíveis ou introdução de medicamentos citotóxicos contra as células infectadas. As verrugas genitais, simplesmente pela sua presença ou por serem desfigurantes, já podem causar dano psicológico significativo. A orientação importante para os pacientes é que o tratamento é prolongado, desconfortável e limitado a lesões visíveis e às neoplasias intraepiteliais, com alto risco de progressão. A escolha da terapia adequada deve-se ponderar o melhor tratamento levando a uma boa eficiência sem deixar cicatrizes. Cabe ao médico dermatologista direcionar o melhor tratamento. Também é fundamental a detecção precoce, por meio do exame preventivo (Papanicolau).

            Após aprovação de uma série de agências reguladoras, a vacina quadrivalente está atualmente disponível comercialmente com o objetivo de vacinação universal em crianças e adolescentes antes das atividades sexuais (preferencialmente antes dos 12 anos de idade). A vacina também é distribuída gratuitamente pelo SUS, e é indicada para meninas de 9 a 14 anos de idade e meninos de 11 a 14 anos. Pacientes transplantados na faixa etária de 9 a 26 anos também tem indicação de vacina

             

 

Autor: Dr. Jose Mariante

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